A relação de Portugal com o brasileiro Castello Branco tem já dez anos e dezenas de concertos de norte a sul em vários formatos distintos, em duo, em trio ou a solo. Desta feita, o músico nascido no Rio de Janeiro apresenta-se com um ensemble de cordas da Escola Profissional de Música de Espinho e, juntos, interpretarão algumas das canções mais representativas da sua já longa discografia com arranjos escritos para o efeito.
Quando pensamos em som, a primeira imagem é a de ondas invisíveis que viajam pelo ar, captadas pelos nossos ouvidos e interpretadas pelos nossos cérebros. Mas, para além da sua dimensão auditiva, o som tem peso, movimento e força. Uma força física que ultrapassa a própria audição e atua no corpo, que recebe e reage às suas vibrações, presença tangível no espaço que nos rodeia. A estrutura coreográfica composta por takes, definindo-se como molduras do instante, combina realidade e ficção, estendendo o espaço físico em que a ação e o som ocorrem, criando diálogos entre o que se ouve e o que se vê – ou não se vê.
O legado de Vicente Lusitano, compositor e teórico musical português nascido em Olivença, é o foco deste concerto. Recentemente redescoberto por intérpretes, mas um nome incontornável para os historiadores da teoria musical, Lusitano protagonizou um grande debate com o italiano Nicola Vicentino sobre a recuperação da música da Grécia Antiga. No auge do Renascimento, discutia-se como recuperar esses reportórios. Neste recital, para traverso e instrumentos de corda dedilhada, far-se-á a ligação entre a música de Lusitano e os seus contemporâneos do Período Internacional do Renascimento, especialmente centrados na Península Ibérica e em Itália, onde Vicente Lusitano trabalhou e se destacou.
Um espetáculo, onde a inovação parte de uma linguagem única, fruto da aliança entre o Jazz Dixieland dos “anos 20”, o gesto mímico, as artes circenses e a comédia, proporcionado ao público um verdadeiro espetáculo de entretenimento com todas estas disciplinas artísticas justapostas entre si. Com uma hora de música entrecortada por performances de malabarismo, comédia, entretenimento, em que o gesto está associado a um determinado some sem se ouvir uma única palavra das suas bocas, os Mimos mostram que o silêncio é também parte fulcral do espetáculo e que, muitas vezes, este serve como interlocutor para uma completa perceção de um espetáculo total.
A Orquestra de Jazz de Espinho recebe um dos mais inovadores e singulares criadores do jazz contemporâneo: o compositor e baterista John Hollenbeck. Com um percurso que atravessa o jazz, a música contemporânea, o minimalismo e a improvisação livre, Hollenbeck construiu uma linguagem profundamente pessoal, onde a sofisticação rítmica e a sensibilidade tímbrica se fundem numa escrita arrojada e emotiva. Neste concerto único, será interpretado repertório original de John Hollenbeck, num encontro artístico que explora as possibilidades expressivas da orquestra de jazz para lá das convenções estilísticas.