Silvana Estrada, cantora mexicana, estreia-se, esta noite, em Espinho, com o mais recente álbum, Marchita.
De 25 anos, filha de dois fabricantes de instrumentos de Veracruz, também músicos, Estrada estudou num conservatório de jazz universitário, e lançou alguns projetos colaborativos com o guitarrista Charlie Hunter. Em janeiro, lançou Marchita, o seu disco de estreia a solo com canções originais em espanhol que passam pelo jazz e pelas suas raízes, o folclórico tradicional mexicano, já destacado pela Rolling Stone, BIllaboard, NPR, New York Times e The Guardian.
O Auditório de Espinho teve a oportunidade de conversar com Silvana Estrada sobre o papel da música na sua vida e o seu disco a solo.
Sendo mulher e artista, como transformas em música a luta quotidiana de uma mulher?
Creio que, para mim, a música é uma maneira de compreender a realidade. É como se fosse um idioma no qual posso compreender com mais claridade e, ao mesmo tempo, falar com mais plenitude das minhas vivências. A minha música centra-se no entendimento dos sentimentos, como se estivesse a tentar compreender a alma humana. Atualmente, isso pode ser muito político, pois vivemos numa época onde não existe muito tempo para entender a profundidade dos nossos sentimentos. Violeta Parra, no meio de muitos problemas políticos no Chile, escreveu “Volver a los 17” que é um poema belo sobre o amor. Parece-me que soube detetar onde estava a necessidade do seu povo.
Para Silvana, cantar sobre a vulnerabilidade, um coração partido, a tristeza de um amor que acabou, o que significa?
Para mim significa curar, poder dar nome às coisas é poder superá-las. Creio que as minhas canções tentam iluminar as feridas, e começa desde as minhas próprias feridas, mas logo noto que se estende até aos ouvintes. É muito bonito.
Tal como o nome do álbum, existe algo que murcha, no entanto, existe também algo que nasce. O que nasceu de novo com o último álbum Marchita?
Nasceram coisas belas. O simples facto de saber que tenho, finalmente, um disco meu à disposição de todo o mundo, mudou-me a vida. Nasceu um público maravilhoso e muito vocal que eu aprecio em cada concerto. Deu à luz uma identidade e um mundo no qual a gente pode aceder quando precisa. E nasceu uma nova etapa, a que vem depois deste disco.
Hoje nasce um concerto, um novo público no Auditório de Espinho | Academia, o público português de Silvana Estrada, às 21h30.
Os bilhetes para este concerto estão à venda aqui ou na bilheteira local, na Academia de Música de Espinho.